Desde 1994, Fundação financia reforma e modernização de laboratórios, museus e bibliotecas e a digitalização de acervos
Publicado em 17/12/2021
Agência FAPESP – A FAPESP investiu R$ 1,6 milhão no projeto de restauração do Museu Paulista da Universidade de São Paulo – mais conhecido como Museu do Ipiranga – a ser reaberto ao público em 7 de setembro de 2022, data em que o país comemora 200 anos da Independência.
Orçada em R$ 178 milhões financiados com recursos da iniciativa privada via incentivos fiscais, a restauração exigiu que 450 mil itens do acervo do museu fossem transferidos para imóveis alugados, adaptados para funcionar como reservas técnicas e laboratórios, o que só foi possível com apoio do Programa FAPESP de Apoio à Infraestrutura de Pesquisa.
“Sem a infraestrutura montada com apoio da FAPESP, o patrimônio do museu poderia sofrer danos irreversíveis, comprometendo o desenvolvimento de estudos nas áreas de humanidades, ciências sociais e artes”, afirmou a pesquisadora Solange Ferraz de Lima, presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do Museu Paulista, em entrevista publicada no 6º fascículo do livro FAPESP 60 anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento.
Com o título "Contribuição social, cultural e artística", o fascículo resume, em três reportagens, as iniciativas da Fundação no apoio à infraestrutura da cultura, fundadas na ideia de que a ciência é “todo corpo racionalmente sistematizado e justificado de conhecimento, obtido por meio do emprego metódico da observação, experimentação e raciocínio”, explicitada em seu Código de Boas Práticas Científicas.
Desde 1994, quando foi criado o Programa Emergencial de Apoio à Recuperação e Modernização da Infraestrutura de Pesquisa do Estado de São Paulo, a FAPESP financiou a reforma não apenas de laboratórios, mas também de arquivos, museus e bibliotecas. Na virada de 1990 para 2000 o programa foi rebatizado de Programa de Apoio à Infraestrutura de Pesquisa, beneficiando instituições como o Museu de Arte Contemporânea, o Sistema Integrado de Bibliotecas da USP, a digitalização de acervos – como o da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin –, entre outros projetos.
As ciências humanas e sociais contam o apoio da FAPESP desde 1962, ano de sua instalação. De 2011 a 2020, por exemplo, esta área ficou com 10,86% do total de R$ 11 bilhões de recursos destinados pela Fundação para o financiamento de bolsas e auxílios à pesquisa em todas as áreas do conhecimento.
Desde o início dos anos 1990, esse apoio passou também a incluir as artes, com o financiamento de criações artísticas que pressupunham pesquisa, como, por exemplo, a produção do álbum de gravuras Simulacros, resultado de projeto de doutorado de Regina Silveira – atualmente em exposição no Museu de Arte Contemporânea –, ou do filme São Paulo – Sinfonia e cacofonia, de Jean-Claude Bernardet.
A discussão sobre o modelo apropriado de apoio da FAPESP ao campo das artes teve início ainda na gestão do diretor científico Flávio Fava de Moraes (1985-1993), de acordo com Luiz Henrique Lopes dos Santos, que coordenou a área de ciências humanas e sociais entre 1989 e 1996.
Além de três reportagens, o 6º fascículo do livro FAPESP 60 anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento traz dois artigos. O primeiro, de Renato Janine Ribeiro, professor da USP, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e ex-ministro da Educação, com o título “As Humanidades podem melhorar as Ciências Humanas”, e o segundo, de Giselle Beiguelman, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, com o título “Desobedecer é preciso”.
O sexto fascículo está disponível em https://60anos.fapesp.br/livro/fasciculo_06.
Os cinco primeiros fascículos do livro – Seis décadas de realizações, DNA da Ciência Paulista, Pioneirismo Digital, Grandes projetos, grandes resultados e Políticas públicas baseadas em evidências – estão disponíveis em https://60anos.fapesp.br/livro/.