Tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa e licenciada para a empresa NOOA Ciência e Tecnologia Agrícola, de Minas Gerais. Trabalho teve como base a Coleção de Microrganismos de Importância Agrícola e Ambiental, lançada em 2013 com apoio da FAPESP (foto: Embrapa/divulgação)
Publicado em 14/05/2021
Agência FAPESP* – Uma tecnologia para ajudar as lavouras de milho a suportar a seca foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Meio Ambiente e pela NOOA Ciência e Tecnologia Agrícola, de Minas Gerais, a partir de uma bactéria encontrada no solo, próximo às raízes do mandacaru (Cereus jamacaru), importante cacto da região da Caatinga.
A rizobactéria Bacillus aryabhattai é a base de um novo bioinsumo que aumenta a resiliência e a capacidade de adaptação das plantas ao estresse hídrico. O produto, que recebeu o nome comercial de Auras, é capaz de promover o crescimento da cultura mesmo durante estiagens prolongadas.
O foco inicial do produto será o milho, com estimativa de 70% da demanda na segunda safra e os 30% restantes na safra de verão, a primeira. Isso porque o milho de segunda safra é sempre o mais afetado por veranicos e restrições hídricas em geral.
A estimativa é que o Auras salve da seca entre seis e oito sacos de milho por hectare, em média, contra um investimento que gira ao redor de meio saco de milho por hectare. A intenção é ampliar, no futuro, o uso do produto para outras culturas, como soja e trigo.
A base de dados que tornou possível essa pesquisa começou em 2009, com uma investigação sobre a biodiversidade e a bioprospecção de microrganismos da Caatinga liderada pelo pesquisador Itamar Soares de Melo, da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna. O trabalho deu origem à primeira Coleção de Microrganismos de Importância Agrícola e Ambiental, que reúne quase 20 mil isolados de fungos, bactérias, leveduras, arqueias e actinobactérias. O material foi lançado em 2013, com apoio da FAPESP.
Amostras foram coletadas ao longo da Caatinga, em cinco Estados: Bahia, Ceará, Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte. Os pesquisadores perceberam que o período de amostragem, chuvoso ou seco, foi o principal fator de alteração na estrutura das comunidades bacterianas, o que permitiu identificar potenciais microrganismos responsáveis pela resiliência ao estresse hídrico.
* Com informações do portal da Embrapa.