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Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública apoiará políticas de combate ao crime


Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública apoiará políticas de combate ao crime

Apoiado pela FGV, FAPESP, Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e USP, o Centro utilizará ferramentas de inteligência artificial e modelos estatísticos (foto: Pixabay)

Publicado em 17/12/2022

Agência FAPESP * – A Fundação Getúlio Vargas, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Universidade de São Paulo (USP) e a FAPESP oficializaram a criação do Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública (FGV Analytics) que tem como objetivo criar e utilizar ferramentas tecnológicas inovadores para identificar, avaliar, acompanhar, antecipar e combater ameaças à segurança pública.

O projeto foi aprovado em edital do Programa Centro de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) da FAPESP, no tema Cidades Inteligentes e Segurança Pública.

Sediado na Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), o Centro utilizará modelos matemáticos estruturados com base em ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para dar suporte à SSP-SP no combater ao crime e utilizará modelos estatísticos para avaliar a eficácia de políticas públicas. O investimento total previsto é de R$ 18,6 milhões por um período de cinco anos. A FGV EAESP irá ofertar, anualmente, quatro bolsas de mestrado profissional para funcionários da SSP.

Por meio de modelos computacionais, o FGV Analytics será capaz de antecipar a ocorrência de crimes e suportar as ações policiais de prevenção e combate as infrações a lei. Também será possível monitorar e prevenir o roubo de cargas indicando a probabilidade deste tipo de ocorrência; entender a narrativa dos crimes por meio da categorização das informações contidas em boletins de ocorrência; utilizar análise temporal e similaridade para prever crimes em série, entender o comportamento de quadrilhas e do crime organizado por meio da análise de redes; avaliar políticas públicas, estratégias policiais, e efetividade de programas de policiamento; além de entender o impacto das ferramentas tecnológicas no combate ao crime.

"Estamos seguindo as melhores práticas internacionais no desenvolvimento de políticas públicas baseadas em evidências. Definimos as questões a serem tratadas em conjunto com os formuladores de políticas públicas (SSP-SP) e apresentamos recomendações com base na análise dos dados disponíveis", afirmou Goret Paulo, diretora de Pesquisa e Inovação da FGV.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos, entende que a aproximação entre as polícias, o Estado e as universidades é natural, necessária e vai trazer benefícios para toda a sociedade. "Esta parceria abre um mundo de possibilidades para melhorar a segurança pública de São Paulo nos próximos 10 anos, com base em pesquisas científicas e no uso das mais modernas tecnologias disponíveis”.

O FGV Analytics contará com uma estrutura de armazenamento e processamento de dados relacionados à segurança pública capaz de tratar um grande volume de dados históricos e em tempo real. “Esse projeto é uma enorme oportunidade para desenvolvermos, em parceria com as polícias de São Paulo, ferramentas analíticas que possam ser utilizadas para prevenir e controlar o crime. Pretendemos não só desenvolver novos métodos analíticos, mas também implementá-los com protocolos de avaliação, de forma a entender como melhorar a eficácia do trabalho das polícias”, disse Joana Monteiro, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP).

O projeto que deu origem ao Centro é dividido em dois eixos. O primeiro é focado no desenvolvimento de ferramentas de big data, IA, e sistemas de apoio a tomada de decisões para acompanhamento dos casos, e o segundo é voltado à avaliação de políticas de segurança pública. O uso de ferramentas de IA, por exemplo, possibilitará prever ocorrências de crimes mais prováveis por região e desenvolver algoritmos capazes de definir as táticas de policiamento adequadas para cada situação. Esse tipo de parceria entre os formuladores de políticas de segurança pública e instituições de pesquisa e tecnologia já ocorrem em diversos países do mundo, a exemplo da Inglaterra e Estados Unidos.

Para João Becker, FGV, a ideia de que práticas policiais devem ter seu impacto avaliado faz parte da agenda de policiamento baseado em evidências. "Essa abordagem defende o uso de pesquisa, avaliação, análise e método científico no processo de tomada de decisão dos agentes da lei. A pesquisa pode orientar o policiamento apontando práticas que têm evidências de sucesso e que, portanto, poderiam ser estudadas para serem aplicadas, e também avaliando práticas policiais para averiguar se os objetivos almejados foram alcançados".

A proposta é que pesquisadores da FGV Analytics desenvolvam estudos de acordo com as demandas dos agentes de segurança pública. A intenção é desenvolver uma agenda colaborativa entre a academia e as Polícias. Este projeto também conta com a parceria com os pesquisadores do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas, da Universidade de São Paulo (USP) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Faz parte da sua estrutura de governança um Comitê Internacional formado por pesquisadores reconhecidos mundialmente na área de Segurança Pública.

(* Com informações da FGV)

Fonte: https://agencia.fapesp.br/40331