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Com Teste do Pezinho Ampliado, professor da USP recebe Prêmio Dasa de Inovação Médica


 Com Teste do Pezinho Ampliado, professor da USP recebe Prêmio Dasa de Inovação Médica

Antonio Condino Neto foi responsável por desenvolver um novo teste para substituir o do pezinho original no SUS, ampliando de seis para mais de 50 o número de doenças que podem ser diagnosticadas (foto: Wikipédia)

Publicado em 17/12/2022

Agência FAPESP * – O médico Antonio Condino Neto, professor sênior do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), foi o vencedor da quinta edição do Prêmio Dasa de Inovação Médica na categoria Inovação em Genômica.

Realizado pela rede de laboratórios e hospitais Dasa, em parceria com a revista Veja Saúde, o prêmio é uma das principais iniciativas do setor para reconhecer profissionais que fazem a diferença na ciência e na saúde brasileira.

A premiação é um reconhecimento do projeto “Rastreio de Doenças da Imunidade pelo Teste do Pezinho” de Neto, que recebeu apoio da FAPESP. O projeto ampliou para mais de 50 o número de doenças que podem ser diagnosticadas no teste do pezinho aplicado no Sistema Único de Saúde (SUS) em recém-nascidos. Desenvolvido no Laboratório de Imunologia Humana do ICB-USP, o novo teste está sendo substituído gradualmente no SUS, conforme a lei nº 14.154, sancionada em maio de 2021.

“Recebo com muita alegria essa premiação. É um projeto muito importante, pois teve o seu desdobramento prático e já está sendo aplicado por prefeituras e estados, sendo essencial para a saúde pública e para nossas crianças”, afirma o professor do ICB, em entrevista para a Assessoria de Comunicação do ICB.

Desde que foi sancionada a substituição do teste, só na cidade de São Paulo mais de 200 mil recém-nascidos foram beneficiados. Realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê, por meio da coleta de gotas de sangue dos pés, o exame identifica doenças genéticas que se não forem rastreadas e tratadas de forma adequada impactam o desenvolvimento e a saúde da criança.

Até o ano passado, o teste do pezinho incorporava seis doenças: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, síndromes falciformes, fibrose cística, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita. Agora, foram introduzidas as doenças relacionadas à imunodeficiência primária, causadas por erros inatos da imunidade, grupo que compreende 485 patologias, como, por exemplo, a síndrome linfoproliferativa autoimune e a anemia de Fanconi.

O Teste do Pezinho Ampliado tem como base dois biomarcadores para o diagnóstico desses erros, os pedaços de DNA TREC e KREC, subprodutos de receptores das células T e B do sistema imune. Eles são capazes de mensurar o quão funcionais são as células de defesa do paciente.

Para a validação clínica dos exames, Neto contou com a contribuição do Instituto de Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil, entidade vinculada ao Hospital Infantil Sabará, que também foi premiada, e o Instituto Jô Clemente.

*Com informações da Assessoria de Comunicação do ICB-USP.
 

Fonte: https://agencia.fapesp.br/40332