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Doutoranda da USP recebe o ‘Prêmio Júlio Voltarelli’ por estudo sobre esclerose sistêmica


Doutoranda da USP recebe o ‘Prêmio Júlio Voltarelli’ por estudo sobre esclerose sistêmica

Maynara Santana Gonçalves é doutoranda na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (foto: acervo pessoal)

Publicado em 24/10/2023

Agência FAPESP* – O transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas – procedimento feito com células do próprio paciente capazes de dar origem a todos os componentes do sangue – é uma opção terapêutica para pacientes com esclerose sistêmica grave e progressiva. A doença é caracterizada por lesões microvasculares associadas a diferentes graus de fibrose da pele e dos órgãos internos. Os pacientes sofrem com problemas de falta de ar, dores pelo corpo, manchas e dificuldade de locomoção, levando muitos a deixar seus trabalhos e o convívio familiar.

Um estudo que ajuda a entender o efeito desse tratamento nos transplantados recebeu o “Prêmio Júlio Voltarelli” durante o 27º Congresso da Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea, realizado em agosto.

Intitulado “Aumento dos mecanismos de imunorregulação em pacientes com esclerose sistêmica submetidos a transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas”, o trabalho desenvolvido por Maynara Santana Gonçalves, bolsista de doutorado da FAPESP na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), foi considerado o melhor da categoria “Terapia Celular e Pesquisa Básica”.

A pesquisa foi orientada pelas professoras Maria Carolina de Oliveira e Kelen Malmegrim de Farias, que integram a equipe do Centro de Terapia Celular (CTC), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.

“O nosso grupo de pesquisa é uma parceria clínico-laboratorial. Avaliamos amostras dos pacientes, fazemos experimentos e ensaios funcionais buscando entender quais são os mecanismos de ação do transplante nesses pacientes. Nós avaliamos amostras de soro e identificamos aumento dos níveis de IL10 [interleucina-10], uma citocina anti-inflamatória importante para esses mecanismos reguladores. Também identificamos aumento da expressão de FOX P3, um fator de transcrição importante para a estabilização e a função das células T reguladoras, que também participam dos mecanismos imunorreguladores”, comenta Gonçalves em vídeo sobre o estudo divulgado no YouTube.

Promovido pela Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea, o congresso teve o objetivo de apresentar e discutir conhecimentos que vão desde noções básicas do transplante de células-tronco hematopoiéticas, aos aspectos complexos que envolvem o procedimento em sua rotina, até alcançar as perspectivas futuras do transplante de medula óssea com a terapia celular.

* Com informações do CTC, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP.
 

Fonte: https://agencia.fapesp.br/50064