Versão eletrônica do livro editado em 2019 por professor da USP torna mais acessível conhecimento sobre esses invertebrados marinhos. Resultado de 12 anos de trabalho, obra é fruto de vários projetos de pesquisa, incluindo seis apoiados pela FAPESP (espécie Aurelia labiata; foto: Takashi Murai)

Publicado em 12/04/2023

André Julião | Agência FAPESP – “[Ninguém pode] ficar insensível à rara graça de formas e delicada coloração dessas criaturas do mar”, escreveu o naturalista Alfred Goldsborough Mayer, no começo do século 20, sobre as medusas, também conhecidas como águas-vivas, em uma das obras monumentais escritas sobre esses animais.

Disponível apenas em inglês, World Atlas of Jellyfish é uma obra que encarna o espírito dos grandes naturalistas e dos grandes compiladores do passado, com as informações mais atuais e acuradas disponíveis.

O livro, lançado em versão impressa em 2019 e agora em versão eletrônica, tem como editores Gerhard Jarms, pesquisador aposentado do Instituto de Zoologia da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, e André C. Morandini, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e diretor do Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) da mesma instituição.

A obra foi elaborada ao longo de 12 anos até finalmente ser lançada. Projetos de pesquisa que deram base para a compilação foram conduzidos não apenas pelos editores, mas também por colaboradores do mundo todo (leia mais em: agencia.fapesp.br/37297/ e agencia.fapesp.br/38428/).

Seis deles tiveram apoio da FAPESP (97/03325-3, 99/05374-7, 03/02433-0, 10/50174-7, 13/05510-7 e 15/21007-9).

Dividido em duas partes, a primeira trata da estrutura morfológica, os complexos ciclos de vida e os raros registros fósseis, além de métodos de observação, cultivo e captura. Dicas de fotografia também compõem essa seção, assim como receitas, uma vez que algumas espécies são bastante apreciadas na culinária de alguns países.

O livro trata ainda dos acidentes causados pelas medusas, seus efeitos e os tratamentos disponíveis. A segunda parte fornece descrições sistemáticas concisas de todas as espécies e seus estágios de desenvolvimento.

“O papel ecológico das medusas, ou águas-vivas, é bastante complexo. Elas interagem em diferentes níveis das cadeias alimentares: se alimentando de plâncton, algumas filtrando a água por múltiplos poros em busca de comida e mesmo como predadores vorazes, envenenando e devorando peixes”, conta Morandini à Agência FAPESP.

A interação desses animais com os humanos é ambígua. Em períodos em que as populações florescem, os animais podem causar grandes perdas econômicas, prejudicando a pesca, causando ferimentos em banhistas e pescadores e restringindo o uso das praias. Para algumas culturas, como na China e no Japão, são importantes e tradicionais como iguaria alimentar e pelas propriedades medicinais e cosméticas (ainda não comprovadas).

O público que os autores pretendem alcançar vai desde pesquisadores até mesmo curiosos em ciências naturais e biologia marinha, assim como estudantes e mergulhadores.

Os links para compra do e-book estão disponíveis em: www.dugverlag.de/isbn-3-86218-157-X.
 

Fonte: https://agencia.fapesp.br/41120