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Equipamento criado na Unicamp expande as fronteiras da nanociência


Equipamento criado na Unicamp expande as fronteiras da nanociência

Acessório para ser acoplado em microscópio aumenta significativamente a captação de luz, ajudando a superar limitações de pesquisa em áreas como materiais nanoestruturados e semicondutores. Tecnologia foi licenciada para empresa norte-americana e lançada no mercado mundial (foto: Pedro Amatuzzi/Inova Unicamp)

Publicado em 30/05/2022

Agência FAPESP* – Um equipamento inovador na área de microscopia, desenvolvido nos laboratórios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conquistou destaque internacional por permitir explorar novas fronteiras da nanociência. Trata-se de um acessório para ser acoplado a um microscópio de varredura de tunelamento que tem como diferencial sua capacidade otimizada de captação de luz. O invento foi lançado no mercado mundial pela empresa norte-americana RHK Technology, com a marca de PanScan Lumin-SLT.

A pesquisa que levou ao desenvolvimento da tecnologia foi conduzida pelo professor Luiz Fernando Zagonel, do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp. Colaboraram com o trabalho Ricardo Javier Peña Roman e Yves Maia Auad. O grupo recebeu financiamento da FAPESP.

Com clara aplicação industrial, a inovação foi protegida e licenciada com apoio da Agência de Inovação Inova Unicamp. A RHK promoveu o lançamento internacional do produto em março, menos de um ano após a formalização do contrato de transferência de tecnologia com a Unicamp.

“Anteriormente, a coleta de luz dos microscópios desse tipo era limitada tipicamente a uma pequena fração de luz emitida pela amostra, em torno de 5%. Com esta invenção o problema é resolvido, pois o acessório viabiliza máxima captação, com eficiência em torno de 72%”, explica Zagonel.

Impacto do novo produto

Os microscópios de varredura de tunelamento são equipamentos de imagem usados em vários experimentos que demandam análise de amostras. “Esse tipo de microscópio é um equipamento poderoso, capaz de obter imagens com resolução atômica, aplicáveis a vários tipos de amostras de interesse científico e tecnológico”, comenta Zagonel.

Segundo o docente, a capacidade de captar mais luz, alcançada nos experimentos do grupo, vai permitir, por exemplo, compreender de forma mais ágil materiais nanoestruturados, semicondutores, nanoestruturas metálicas e pontos quânticos, entre outras possibilidades. Atualmente, o pesquisador usa o equipamento para estudar materiais com potencial de se tornar elementos-chave nas próximas gerações de LEDs e de células fotovoltaicas.

Da perspectiva da empresa RHK Technology, a inovação na taxa de captura de luz alcançada foi considerada notável e revolucionária para a prática científica, já que a eficiência de coleta de luz de 72% ajuda a superar uma série de limitações de pesquisa.

Atualmente, também com apoio da FAPESP, o grupo da Unicamp explora as propriedades ópticas e eletrônicas de materiais nanoestruturados opticamente ativos.

* Com informações da Agência de Inovação da Unicamp.
 

Fonte: https://agencia.fapesp.br/38752