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Estudo identifica Cerrado como ambiente de proteção para ninhos de aves


Estudo identifica Cerrado como ambiente de proteção para ninhos de aves

Pesquisa da UFSCar com apoio da FAPESP comparou nidificação em ambientes fechados e abertos e analisou se coloração de aves atrai mais predadores (foto: Wikimedia Commons)

Publicado em 29/03/2021

Agência FAPESP * – Uma pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) investigou se a coloração vistosa de algumas espécies de aves poderia atrair mais predadores e, assim, prejudicar as aves e seus ovos. Os pesquisadores queriam saber se esse fenômeno de fato acontecia e, também, qual seria a influência do tipo do ambiente, aberto ou floresta.

O estudo, publicado em artigo na plataforma internacional Taylor & Francis Online, teve a participação do trabalho de iniciação científica de Gabrielle Cristina Pestana, com bolsa da FAPESP, realizado durante a graduação em biologia na UFSCar, sob orientação de Rhainer Guillermo Nascimento Ferreira, professor do Departamento de Hidrobiologia da UFSCar.

A pesquisa foi realizada em 2016 no fragmento de Cerrado da UFSCar em São Carlos. “Parte dos ovos foi colocada em ninhos artificiais em uma área aberta do Cerrado, e outra parte dos ovos em ninhos na área de mata fechada”, conta Ferreira, em entrevista para a Coordenadoria de Comunicação Social da UFSCar. Os testes foram feitos com aves falsas e ovos de codorna, um método eficiente para testar predação de ninhos em campo.

“O principal resultado foi que, na área de mata fechada, a predação dos ovos foi muito menor do que na área aberta, mostrando o importante papel das florestas na sobrevivência dos ninhos de aves de Cerrado”, revela Ferreira.

Outro ponto observado é que, para a surpresa dos pesquisadores, não houve diferença na predação dos ovos quando comparados a ninhos com uma ave colorida (vermelha) ou uma ave críptica (marrom).

O modelo de ave usado se assemelha à espécie Pyrocephalus rubinus, conhecida como príncipe, que ocorre no Cerrado. Entre os predadores da ave estão mamíferos, como o mico-estrela; répteis, como os lagartos; e aves maiores, que podem comer os ovos ou os filhotes.

A partir do resultado do estudo, os pesquisadores analisaram o valor das áreas de Cerrado como um refúgio seguro para as aves nidificarem. “O Cerrado geralmente é visto como 'mato', digno de desmatamento e exploração. No entanto, existem várias espécies endêmicas nesse bioma, onde constroem seus ninhos. Por isso, é preciso conservá-lo”, alerta o docente.

*Com informações da Coordenadoria de Comunicação Social da UFSCar .
 

Fonte: https://agencia.fapesp.br/35517