Análises foram feitas no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais da UFSCar com auxílio de ferramentas da química computacional (imagem simulada da interação entre os nanotubos e a proteína spike; crédito: P. S. S. Mendonça Et Al/reprodução)
Publicado em 11/03/2022
Agência FAPESP* – Em artigo publicado no Journal of Biomolecular Structure & Dynamics, pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) sugerem que nanotubos de silício teriam a capacidade de inativar o SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19.
O CDMF é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Como explica Jeziel Rodrigues, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Química da UFSCar e coautor do artigo, trata-se de um estudo teórico, no qual vários métodos da química computacional foram usados para analisar as propriedades estruturais e eletrônicas dos nanotubos puros (Si192H16) e oxidados (Si192H16@O2 e Si192H16@O2H-OH).
Conforme relatado no artigo, os nanotubos teriam o potencial de se ligar a aminoácidos presentes na ponta da proteína spike, usada pelo vírus para se conectar à célula humana e viabilizar a infecção.
“Os resultados indicam que o nanotubo de Si192H16 é um potencial candidato a ser utilizado contra a COVID-19”, diz Rodrigues.
O doutorando espera que esses achados ajudem outros pesquisadores no desenvolvimento de materiais com capacidade virucida. “Continuaremos os estudos abordando a interação com novas proteínas virais e investigando o mecanismo de eliminação do patógeno”, conta.
O artigo “Single-walled silicon nanotube as an exceptional candidate to eliminate SARS-CoV-2: a theoretical study” pode ser lido em: cdmf.org.br/wp-content/uploads/2022/03/Single-walled-silicon-nanotube-as-an-exceptional-candidate-to-eliminate-SARS-CoV-2-a-theoretical-study.pdf.
* Com informações da Assessoria de Comunicação do CDMF.