Dados preliminares de pesquisa realizada pelo RCGI mostram que, em circuito urbano, com o preço de um litro de gasolina o motorista rodaria quase o dobro da distância se usasse o GNV (foto: Wikimedia Commons)
Publicado em 12/04/2021
Agência FAPESP * - Um grupo de pesquisadores do Research Centre for Gas Innovation (RCGI), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP e a Shell, está testando gás natural veicular (GNV) em um veículo híbrido movido a gasolina.
No veículo foram instalados dois tanques de gás, cada um com 7,5 metros cúbicos (m³). Nos testes preliminares, o híbrido modificado pelos engenheiros fez 22 quilômetros (km) por litro de gasolina. Já com o GNV, em circuito urbano, o veículo rodou 28 km com 1 m³ de gás natural.
“O veículo já tem um consumo muito baixo de gasolina, mas o consumo de GNV foi ainda menor”, disse o professor Julio Meneghini, diretor científico do RCGI e um dos integrantes do projeto.
Os testes foram feitos na cidade. “Na estrada ainda não testamos, mas sabemos que se exige muito do motor a combustão nesta condição, e o carro híbrido acaba tendo um rendimento mais parecido com o convencional”, ressalva o engenheiro Renato Romio, chefe do laboratório de motores de veículos do Instituto Mauá de Tecnologia e um dos responsáveis pelo projeto no RCGI.
Romio afirma que, com o uso do GNV, na comparação com a gasolina, ganha-se duplamente. “Primeiro, por conta da eficiência do híbrido; e segundo, porque se emite menos CO2 com o uso do GNV. Isso porque o metano, ao ser queimado, emite 15% menos CO2 do que a gasolina.” O metano é o principal componente do gás natural.
Os próximos testes envolverão ensaios mais robustos da medição do consumo de combustível, além da medição das emissões de CO2 e outros gases estufa e de poluentes. Os integrantes do projeto testarão ainda o uso do biometano nos tanques de gás e de etanol no lugar da gasolina.
A equipe do projeto conta ainda com a participação dos professores Guenther C. Krieger Filho e Celma de Oliveira Ribeiro, ambos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP); Suani Coelho, do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP); e, indiretamente, de pesquisadores da equipe do Centro de Pesquisa em Engenharia Prof. Urbano Ernesto Stumpf, com sede no Instituto Mauá de Tecnologia, associado à Poli/USP e ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
(*) Com assessoria de imprensa do RCGI