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Grupo estuda como aplicar filmes de sulfeto de antimônio para gerar combustível ‘verde’


Grupo estuda como aplicar filmes de sulfeto de antimônio para gerar combustível ‘verde’

Substância apresenta elementos químicos abundantes e de baixa toxicidade, além de possuir propriedades adequadas para a produção de gás hidrogênio (imagem: ACS Applied Energy Materials/reprodução)

Publicado em 10/03/2022

Agência FAPESP* – A aplicação de filmes de sulfeto de antimônio (III) (Sb2S3) para a geração de gás hidrogênio (H2) a partir da fotoeletrólise da água foi tema de uma pesquisa conduzida no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Os resultados foram publicados no periódico científico ACS Applied Energy Materials. O artigo conta com a autoria dos pesquisadores do CDMF Moisés Albuquerque de Araújo, Magno Barcelos Costa e Lucia Helena Mascaro.

De acordo com Araújo, um dos focos da pesquisa foi a modificação da superfície dos filmes de sulfeto de antimônio com o sulfeto de molibdênio (MoSx) para otimização da geração de hidrogênio. Uma iniciativa inédita nesse campo de estudo.

Em meio a outros materiais semicondutores, o Sb2S3 se destaca por apresentar elementos químicos abundantes e de baixa toxicidade, além de possuir propriedades optoeletrônicas adequadas para a produção de H2, um combustível quimicamente “verde”, pois pode ser utilizado em equipamentos de células a combustível que funcionam como geradores, fornecendo eletricidade em estações fixas ou veiculares sem deixar resíduos.

O MoSx, por sua vez, é um material abundante, não tóxico e apresenta excelentes propriedades catalíticas para a geração de gás hidrogênio, principalmente quando comparado aos tradicionais catalisadores à base de metais preciosos.

Durante os estudos, tanto o Sb2S3 quanto o MoSx foram obtidos por eletrodeposição, um método sobretudo econômico. Paralelamente, procedimentos de caracterização física e química foram aplicados para os filmes puros de sulfeto de antimônio, bem como para os modificados superficialmente. Por fim, foram aplicadas técnicas fotoeletroquímicas.

O pesquisador explica que, até então, esse tipo de abordagem não havia sido relatado na literatura científica. Os trabalhos sobre o sistema Sb2S3 /MoSx destacam apenas suas aplicações em baterias.

“Neste estudo avançamos ao apontar que a melhora na geração de hidrogênio sobre o Sb2S3/MoSx é resultado da diminuição da ocorrência do fenômeno de recombinação do par elétron-buraco, ou a perda dos elétrons fotogerados, que são essenciais para o processo de geração de hidrogênio”, diz Araújo.

O artigo Improved Photoelectrochemical Hydrogen Gas Generation on Sb2S3 Films Modified with an Earth-Abundant MoSx Co-Catalyst pode ser lido em: https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acsaem.1c03374.

* Com informações da Assessoria de Comunicação do CDMF.
 

Fonte: https://agencia.fapesp.br/38116