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Jovem pesquisadora da USP é uma das vencedoras do Prêmio L’Oréal Para Mulheres na Ciência 2022


Jovem pesquisadora da USP é uma das vencedoras do Prêmio L’Oréal Para Mulheres na Ciência 2022

Com apoio da FAPESP, Tathiane Malta (a quinta da esquerda para a direita) busca biomarcadores que ajudem a diagnosticar e tratar um tipo de tumor cerebral conhecido como glioma (foto: divulgação)

Publicado em 02/12/2022

Agência FAPESP – A pesquisadora Tathiane Malta, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP), foi uma das ganhadoras da 17ª edição do programa Para Mulheres na Ciência da L’Oréal.

A cada ano, a empresa L’Oréal Brasil, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), seleciona sete mulheres cientistas com o objetivo de promover e reconhecer a participação feminina na ciência, favorecendo o equilíbrio dos gêneros no cenário brasileiro. As ganhadoras são contempladas com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil cada, para dar prosseguimento aos estudos.

“Eu fiquei extremamente honrada e feliz. Representou para mim uma dose importante de motivação e de reconhecimento do meu trabalho, especialmente nesta época em que a ciência está, de certa forma, desvalorizada. Além disso, eu acredito que trará maior visibilidade para minha área de pesquisa, com potencial de resultar em mais colaborações, mais fomento e atração de novos talentos. Eu espero ainda despertar o interesse da população e de outras meninas para a importância que a ciência tem em nossas vidas”, afirma Malta à Agência FAPESP.

A pesquisadora coordena o projeto “Análise epigenômica integrativa de gliomas: definindo regiões regulatórias associadas ao stemness e ao fenótipo hipermetilador de tumores com mutações nos genes IDH1/2”, financiado pela Fundação por meio do programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes.

Segundo Malta, o objetivo do projeto é “estudar como o câncer se desenvolve e progride, comparando dados moleculares de células tumorais e não tumorais”. A pesquisadora busca identificar as alterações que fazem uma célula tumoral sobreviver, ser mais ou menos agressiva, resistir ao tratamento etc. “A identificação de biomarcadores tumorais pode ser usada para monitorar a doença e ajudar no diagnóstico e no prognóstico. Eu estudo os gliomas, que são tumores cerebrais bastante agressivos e que não têm cura. Atualmente, há apenas um quimioterápico utilizado como tratamento, além da radioterapia”, complementa (leia mais em: agencia.fapesp.br/22610/ e agencia.fapesp.br/27509/).

Outra meta é identificar moléculas que possam ser alvos de tratamentos. “Para isso, tratamos as células com diferentes drogas, no laboratório, e iremos avaliar as alterações que o tratamento provoca nas células, em nível molecular. Nosso objetivo maior é melhorar a qualidade de vida de pacientes com glioma, contribuindo para otimizar o diagnóstico e definir o melhor tratamento.”

Entre as premiadas de 2022 também está Daiane Aparecida Zuanetti, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que desenvolve métodos estatísticos capazes de apontar tendências e fazer previsões a partir de dados genéticos obtido por meio de sequenciamento de RNA de célula única (single-cell RNA seq).

Além disso foram homenageadas Patrícia Takako Endo, da Universidade de Pernambuco (UPE), de Caruaru (PE); Gisely Cardoso de Melo, da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, de Manaus (AM); Grazielle Sales Teodoro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), de Belém (PA); a química Giovana Anceski Bataglion, professora da Universidade Federal do Amazonas (AM); e Fernanda Selingardi Matias, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

A cerimônia de premiação ocorreu na última quarta-feira (30/11) na sede da L’Oréal Brasil, no Rio de Janeiro.
 

Fonte: https://agencia.fapesp.br/40222