Grupos da USP apostam no processo de ozonização para melhorar as propriedades do material feito com amido de mandioca; projeto é vinculado ao Centro de Pesquisa em Alimentos, um CEPID apoiado pela FAPESP (foto: Gerhard Waller/ Esalq-USP)
Publicado em 12/05/2021
Agência FAPESP * – O Grupo de Estudos em Engenharia de Processos (Ge²P), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), e o Laboratório de Engenharia de Alimentos (LEA) da Escola Politécnica (Poli), ambos da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram um novo plástico biodegradável cuja matéria-prima é o amido de mandioca.
Em entrevista para a Divisão de Comunicação da Esalq-USP, o professor Pedro Esteves Duarte Augusto, coordenador do Ge²P, relatou que a união dos dois laboratórios ocorreu porque a produção de plásticos a partir de amidos tem sido explorada há 15 anos pelo grupo da professora Carmen Cecilia Tadini, professora da Poli-USP e vice-diretora do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.
O aspecto inovador do projeto consiste na modificação do amido de mandioca a partir da ozonização para a produção de filmes. “Trata-se de uma tecnologia verde, amigável ao ambiente. A modificação com o ozônio tem o objetivo de melhorar suas propriedades. Produzimos assim esse plástico biodegradável e, mesmo ainda na etapa inicial, já obtivemos um produto de boa qualidade. A próxima etapa, a ser executada na Poli, é a produção em escala semi-industrial”, explicou a pesquisadora Carla Ivonne La Fuente Arias para a Divisão de Comunicação da Esalq.
Arias foi uma das pesquisadoras envolvidas no trabalho e desenvolve seu pós-doutorado no Ge²P, em parceria com o LEA, e com bolsa da FAPESP.
Para a concretização do projeto, são realizadas na Esalq as etapas de ozonização, secagem e caracterização das amostras de amido. Na sequência, a pesquisadora da Esalq leva o material até a Poli para preparar e caracterizar o plástico biodegradável.
Entre os benefícios do novo produto estão maior resistência, transparência e permeabilidade. Arias lembra que o bioplástico poderá ser usado no mercado de várias formas: “As aplicações são inúmeras. Embalagens mais resistentes e transparentes são cada vez mais desejáveis”.
Um pedido de patente já foi depositado e os resultados obtidos a partir do estudo foram apresentados no artigo científico Ozonation of cassava starch to produce biodegradable films, publicado no International Journal of Biological Macromolecules.
* Com informações da Divisão de Comunicação da Esalq-USP.