Intelectual foi decisiva na fundação do Cebrap, em 1969, da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, em 1976, e do Núcleo de Estudos de População da Unicamp, em 1982 (imagem: SEC/Unicamp)

Publicado em 09/10/2025

Agência FAPESP – A matemática e doutora em bioestatística Elza Berquó deixou sua marca na história com sua determinação na construção de um país com menos desigualdades sociais e seu pioneirismo ao introduzir a demografia no meio acadêmico para entender transformações no comportamento e na saúde dos brasileiros. Em 2025, quando ela completa 100 anos de idade na próxima sexta-feira (17/10), o Núcleo de Estudos de População "Elza Berquó" da Universidade Estadual de Campinas (Nepo-Unicamp) – fundado pela pesquisadora em 1982 – comemora o “Ano Elza” com uma série de eventos.

Entre as iniciativas, foi produzido um site dedicado a recontar sua trajetória. “Nele é possível conferir suas publicações – artigos, livros, capítulos, textos avulsos –, com indicação de onde se encontram disponíveis ou em versões digitalizadas com acesso livre”, diz à Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp Gláucia Marcondes, coordenadora do Nepo. “Na seção de notícias, foram reunidos entrevistas, menções e artigos. Existe uma parte dedicada aos registros em vídeo, com eventos, apresentações e mensagens, e uma seção contendo registros fotográficos.”

Uma das responsáveis por fundar e liderar espaços institucionais para o desenvolvimento da demografia no Brasil, Berquó esteve à frente da criação do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep), além do Nepo, que ela coordenou até 1994.

Hoje (10/10), em São Paulo, o Cebrap fará uma homenagem à pesquisadora, com transmissão pelo YouTube. Já na próxima quinta-feira (16/10), no Nepo, haverá um seminário sobre sua contribuição para a demografia. A Comissão Nacional de População e Desenvolvimento (CNPD), vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, prepara o lançamento do Prêmio Elza, dedicado a ações na área de direitos sociais.

Bacharel em matemática pela PUC-Campinas, em 1947; em 2022, retratada para a capa do livro Com a palavra, Elza Berquó (fotos: arquivo pessoal e Chico Max)

Em 2021, Berquó se tornou a primeira mulher da Unicamp – e, até agora, a única – a receber o título de Doutora Honoris Causa. Na cerimônia, discursou: “Meu tempo é curto, mas ele foi longo o suficiente para ver vocês com todo esse carinho. Jovens, continuem a estudar! Continuem a luta pela democracia!” (leia mais em: revistapesquisa.fapesp.br/elza-berquo-marcas-do-pioneirismo-na-demografia/).

Fonte: https://agencia.fapesp.br/56126