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Sociedade ecológica mais antiga do mundo elege estudo feito na Unicamp como o melhor de 2022


Sociedade ecológica mais antiga do mundo elege estudo feito na Unicamp como o melhor de 2022

Pesquisa de doutorado de Pablo Augusto Poleto Antiqueira, financiada pela FAPESP, foi publicada no Journal of Animal Ecology; pesquisador será homenageado com o Elton Prize Award (foto: Felipe Bezerra/Jornal da Unicamp)

Publicado em 13/06/2023

Agência FAPESP – Estudo conduzido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e publicado no Journal of Animal Ecology foi escolhido como o melhor de 2022 pela British Ecological Society, a sociedade ecológica mais antiga do mundo e a maior da Europa.

Intitulado “Warming and top predator loss drive direct and indirect effects on multiple trophic groups within and across ecosystems”, o trabalho buscou estimar possíveis impactos que o aquecimento global e a perda de predadores de topo de cadeia poderão causar em diversos ecossistemas aquáticos e terrestres nos próximos anos.

A pesquisa tem como primeiro autor Pablo Augusto Poleto Antiqueira, ex-bolsista de doutorado da FAPESP. Ele receberá da British Ecological Society o Elton Prize Award, prêmio concedido a pesquisadores em início de carreira.

“Todo o trabalho de campo foi feito durante meu doutorado. E o estudo foi finalizado e publicado durante meu pós-doutorado, sob a supervisão do professor Gustavo Romero, da Unicamp”, conta Antiqueira à Agência FAPESP.

Utilizando bromélias-tanque como sistema de estudo, a pesquisa avaliou experimentalmente como o aumento na temperatura, previsto para as próximas décadas, e a simplificação trófica causada pela perda de predadores de topo afetam as relações tróficas em três compartimentos conectados da cadeia alimentar: microbiota aquática (algas, ciliados, flagelados e zooplâncton), macrorganismos aquáticos (macroinvertebrados) e múltiplos predadores terrestres de diferentes grupos funcionais, por exemplo, predadores mais ativos (cursoriais) e estacionários, como construtores de teias.

“Nossos resultados fornecem novas evidências de como o aquecimento e a simplificação trófica podem afetar a teia alimentar de macro e micro-organismos, não apenas no ecossistema aquático, mas também no ecossistema terrestre adjacente por meio de efeitos interativos entre ecossistemas. Além disso, nós descobrimos que os impactos do aquecimento e da simplificação trófica em cada compartimento aquático [macro e micro-organismos] e terrestre da teia alimentar dependem do grupo funcional, nível trófico e do componente da comunidade investigados”, destaca o pesquisador.

Antiqueira continua seus estudos na Unicamp, onde investiga como os distúrbios antrópicos, por exemplo, mudanças climáticas, afetam a biodiversidade e o funcionamento dos ecossistemas. “Especificamente, temos estudado como as mudanças nos padrões de precipitação, previstas para as próximas décadas, afetam vários componentes da biodiversidade e o funcionamento do ecossistema.”

O resultado do Elton Prize Award foi oficialmente anunciado pela British Ecological Society e pelo Journal of Animal Ecology em 28 de abril. O prêmio será entregue durante o congresso anual da entidade em dezembro, na cidade de Belfast, Irlanda do Norte.
 

Fonte: https://agencia.fapesp.br/41643