Desenvolvido com apoio da FAPESP, game se baseia em narrativa mítica do povo bororo adaptada pelo antropólogo Claude Lévi-Strauss na década de 1930 (imagem: UFSCar/divulgação)
Publicado em 22/03/2022
Agência FAPESP* – A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou um jogo digital baseado na narrativa mítica do povo indígena bororo As araras e seu ninho. O game é destinado a crianças de 5 a 9 anos e seu desenvolvimento foi detalhado em reportagem da Agência FAPESP.
Intitulado Jeriguigui e o Jaguar na terra dos bororos, o jogo foi criado pelo Grupo de Pesquisa Leetra - Linguagens em Tradução da UFSCar, que desenvolve projetos relacionados à questão indígena. Toda a montagem do game contou com financiamento da FAPESP, pelo projeto “Tradução, poética e artefatos culturais em práticas de letramento na educação infantil”.
O roteiro do jogo foi desenvolvido pela professora da UFSCar Maria Sílvia Cintra Martins, coordenadora do projeto, com base principalmente no mito M1 bororo: O xibae e iari (As araras e seu ninho), que se encontra nas páginas 57 a 59 do volume Mitológicas 1: O cru e o cozido, de autoria do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, que desenvolveu pesquisa no Brasil na década de 1930.
“Essa narrativa mítica trata da vingança empreendida pelo pai de um jovem indígena, que teria cerca de 11 anos e estaria prestes a participar de um ritual de iniciação. O pai faz com que o jovem passe por vários desafios, até largá-lo no alto de uma encosta onde poderia ter morrido, seja por inanição, seja atacado por animais selvagens, mas o jovem supera todos os desafios e consegue voltar para a aldeia”, conta Martins.
Ao avançar nas fases, o jogador se depara com elementos da narrativa bororo e vivencia os desafios enfrentados pelo protagonista Jeriguigi.
O jogo está disponível na versão do Windows, pelo site da UFSCar, e conta, ainda, com um tutorial especialmente elaborado para possível utilização em salas de aula de educação infantil e do ensino fundamental 1. Está previsto, para os próximos seis meses, o lançamento das versões para iOS e Android.
* Com informações da Coordenadoria de Comunicação Social da UFSCar .