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Visita de representantes de países asiáticos busca intensificar parcerias em pesquisa e inovação com a FAPESP


Visita de representantes de países asiáticos busca intensificar parcerias em pesquisa e inovação com a FAPESP

Uma das possibilidades de colaboração destacadas na reunião foram os programas baseados em resolução de problemas, com destaque para biocombustíveis e inovação (foto: Agência FAPESP)

Publicado em 13/12/2023

Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP – Representantes da Associação dos Países do Sudeste Asiático (Asean) se reuniram com dirigentes da FAPESP com o intuito de intensificar acordos de colaboração em pesquisa e inovação. O encontro ocorreu em 7 de dezembro.

“Embora sejamos países com algumas semelhanças importantes, temos ainda pouca troca em relação à ciência, tecnologia e inovação”, afirmou o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago. Entre as semelhanças destacadas estão o fato de serem países muito populosos, de clima tropical e com economia dinâmica.

A Asean é formada por economias dinâmicas que devem responder juntas este ano por 10% de todo o crescimento do PIB mundial. De acordo com dados do Itamaraty, o Brasil exporta para Singapura, Malásia, Tailândia, Indonésia e Vietnã juntos mais do que o total que vende para cinco economias do G7 (Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália). O comércio do Brasil com o Sudeste Asiático tem crescido: em 2002 era de US$ 2,9 bilhões e passou para US$ 34 bilhões em 20 anos.

No entanto, uma análise da FAPESP mostrou que, desde 2010, foram pouco mais de 4 mil artigos publicados em conjunto entre pesquisadores paulistas e do Sudeste Asiático. Pesquisas em medicina e saúde em geral são os temas mais fortes da parceria de pesquisa, mas há também colaboração em outras áreas, como física e agricultura.

Uma das possibilidades de colaboração destacadas na reunião são os programas baseados em resolução de problemas. “Uma das características da FAPESP é a plasticidade. Ultimamente têm crescido programas no estilo top down, sobre alguns tópicos específicos”, disse Marcio de Castro, diretor científico da FAPESP.

“Existe um grande potencial para os biocombustíveis nas economias emergentes da América Latina, do Caribe, África e Ásia. O Sul global é formado por regiões com uma procura crescente de energia sustentável, dispõe de abundantes recursos locais e de terras para a produção de biocombustíveis”, afirmou Glaucia Mendes Souza, membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

Souza citou o projeto Biofuels in Emerging Markets, conduzido pelo BIOEN em parceria com a Força-Tarefa de Bioenergia da Agência Internacional de Energia (IEA). O estudo avaliou estruturas políticas e mandatos de biocombustíveis no Sul global. Os ambientes políticos foram classificados em três categorias: mercado de biocombustíveis totalmente implementado, parcialmente implementado e ambiente político positivo onde existe um quadro jurídico.

“A partir desse programa temos tido colaboração com países da América Latina, como Argentina, Colômbia e Guatemala. No continente africano nossa parceria está principalmente com a África do Sul e Etiópia. Portanto, seria muito interessante intensificar essa colaboração com os países do Sudeste Asiático”, disse.

“Somos países com problemas comuns como clima e agricultura, que podem ser resolvidos a partir da colaboração”, avaliou Carlos Graeff, assessor da Diretoria Científica da FAPESP.

Outro ponto importante, destacado por Paulo Schor, coordenador-adjunto de Pesquisa para Inovação na FAPESP, é acelerar parcerias em inovação. O programa PIPE-FAPESP, por exemplo, apoia a execução de pesquisa científica e tecnológica em micro, pequenas e médias empresas no Estado de São Paulo. “Muitas empresas desenvolvidas com o apoio da FAPESP têm interesse no mercado do Sudeste Asiático. São startups que atuam promovendo solução de problemas que nos são comuns, como clima, cidades, infraestrutura, saneamento básico”, afirmou.

Participaram do encontro os seguintes representantes da Asean: Pham Quang Minh, diretor-assistente e chefe da Divisão de Alimentos, Agricultura e Florestas; Megasari Widyaty, diretora-assistente e chefe da Divisão de Transportes; os diplomatas Dara Panhavotey, do Camboja, responsável pela parceria Brasil-Asean; Theresa Septiani, da Indonésia, diretora de Cooperação Externa; Mogen Selvaraja, da Malásia, secretário- assistente da Divisão de Cooperação Internacional de Desenvolvimento; além de Ignacio S. Santillana, das Filipinas, administrador adjunto para Pesquisa e Extensão da Sugar Regulatory Administration (SRA), Ei Ei Khine, de Myanmar, diretora do Departamento de Relações Econômicas do Ministério de Investimento e Relações Econômicas Estrangeiras; e Do Thi N goc Thuy, Vietnã, do Departamento da Asean do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Também estiveram presentes Liz Lee, segunda secretária na Embaixada de Singapura em Brasília; Laksanavadee Kaewkramol, diplomata da Thailand International Cooperation Agency (TICA); Adélia Maria Moniz, do Timor Leste, chefe do Departamento de Parcerias do Ministério da Saúde; Antônio Divino Junqueira, gerente da Coordenação Geral de Cooperação Técnica - África, Ásia e Oceania (CGAA) da Agência Brasileira de Cooperação (ABC); e Humberto Mayese Corrêa, subchefe da Coordenação para Asean do Itamaraty.

 

Fonte: https://agencia.fapesp.br/50475